DIREITOS HUMANOS COMO CONCEITO EM MOVIMENTO?

Autores

  • Alice Rocha da Silva Centro Universitário de Brasília
  • André Pires Gontijo Centro Universitário Euro-Americano

DOI:

https://doi.org/10.47695/hegemonia.31.324

Palavras-chave:

Direitos Humanos, Direito natural, Direito internacional, Direitos Humanos como conceito em movimento

Resumo

Artigo sobre a definição de direitos humanos como conceito em movimento. Mediante revisão bibliográfica, como objetivos buscou-se examinar se o direito natural pode ser considerado como fundamento de validade dos direitos humanos; em seguida, pretende-se analisá-los no contexto positivista do direito internacional; por fim, verificar se a concepção atual dos direitos humanos contribui para a construção do seu conceito, reconhecendo o papel dos precedentes nesta empreitada. Como hipótese, os direitos humanos apresentam-se como conceito em movimento. Como resultado, verificou-se que ainda que os direitos humanos, no contexto do direito internacional, estejam em “constante movimento”, parte do seu conteúdo pode ser considerado “estático”, prevalecendo a manutenção de um núcleo “duro e essencial”, responsável pela definição de sua identidade - como instituto jurídico responsável pela proteção da pessoa humana.

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Biografia do Autor

Alice Rocha da Silva, Centro Universitário de Brasília

Doutora em Direito Internacional Econômico pela Université d'Aix-Marseille III. Professora Titular no Programa de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário de Brasília - CEUB. Assessora no Instituto de Gestão da Saúde do Distrito Federal (IGESDF).

André Pires Gontijo, Centro Universitário Euro-Americano

Doutor em Direito pelo Centro Universitário de Brasília - CEUB. Professor Titular do CEUB. Professor da Graduação e do Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Violência do Centro Universitário Euro-Americano - UNIEURO.

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Publicado

2022-05-18

Como Citar

Rocha da Silva, A., & Pires Gontijo, A. (2022). DIREITOS HUMANOS COMO CONCEITO EM MOVIMENTO?. Hegemonia, (31), 3–23. https://doi.org/10.47695/hegemonia.31.324

Edição

Seção

Artigos